MÚSICA AMBIENTE – Natalia Lafourcade

natalialefcourdeDe quantas maneiras as músicas nos atingem? Quais são os caminhos que percorrem até chegar aos nossos ouvidos? Algumas vezes nos chegam pelas ondas do rádio enquanto estamos esperando o semáforo abrir. Outras vezes são recomendadas por amigos (bela prova de amizade, não?) E outras, como neste caso, começam a nos seduzir pela “capa”. Sim, sou daquelas pessoas que ainda escutam discos, cd’s e afins e, mais, ainda os compro em lojas físicas! Adoro andar entre as estantes e escolher aleatoriamente alguns para escutar. Num desses passeios uma capa me chamou a atenção: uma fotografia em tom sóbrio de uma jovem olhando para o lado, nome da cantora, título do disco e das músicas, tudo na capa. Design simples no estilo de álbuns de jazz dos anos 60. E quem disse que, hoje em dia onde tudo e todos exageram para se destacar, a simplicidade não chama atenção? Pois bem, começo a escutar e já a primeira música me encanta: Tem o mesmo título do álbum, tem o ritmo marcado pelo violão, ao mesmo tempo suave e intenso, e a pequena grande voz de Natalia Lafourcade canta a presença de alguém que levamos dentro, “hasta la raiz”. Nenhum excesso, melodia linda, arranjo de cordas discreto, tudo exato e simples. Como a capa do álbum prometia. A segunda música começa e Natalia canta “hoy dejo el sol entrar por la ventana y me pierdo em tu mirada de amanecer”, a música trata do instante em que começa o encanto pelo outro e reflete toda a luminosidade desse momento. Chama “Mi lugar favorito” e, depois de alguns minutos, tenha certeza, já não há mais salvação: a música já tomou você. Assim se iniciou minha relação com as músicas dessa fantástica cantora e compositora mexicana: paixão à primeira escuta. Segundo Natalia, as canções do disco, lançado ano passado, foram tomando forma aos pouco enquanto se encontrava distante do México, em lugares como Estados Unidos, Cuba e Argentina. Ao mesmo tempo em que possuem tons quase confessionais, dialogam, segundo ela, com sua cultura musical. Não são boleros, mas ainda assim possuem o romantismo mexicano. São canções sobre o amor na voz de uma mulher latino-americana do séc. XXI. E, mais importante, simplesmente lindas.

 

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